Curso de formaçao os dias 27 e 28 de agosto em Belo Horizonte |
O curso em Belo Horizonte contou com 11 participantes
(sendo 4 mulheres) no primeiro dia e 18 no segundo (sendo 7
mulheres). A ABAEM – Associação dos Barraqueiros do Estádio Mineirão, que representa
vendedores ambulantes removidos do entorno do principal estádio da cidade (que
será usado na Copa), foi a principal responsável por tornar o curso possível,
mobilizar e trazer pessoas. O curso teve lugar durante os dias 27 e 28 de agosto.
Além da ABAEM, estiveram presentes o comitê popular da
Copa de Belo Horizonte (COPAC), a Associação da Feira Hippie, de representantes de
ambulantes da lagoa da Pampulha e alguns chamado “toreros”, que são
itinerantes, muitas vezes alvo de maior criminalização e violência.
O início do curso foi voltado para a explicação do
trabalho da StreetNet no Brasil e no mundo e a Campanha Cidades pra Todos e
Todas. Serviu também para definir a metodologia, baseada na educação
democrática de Paulo Freire, e de apresentação do objetivo do curso.
Em seguida os participantes fizeram uma dinâmica
grupal de entrevistar e depois apresentar o companheiro ao lado.
O passo seguinte foi um exercício de levantar as
expectativas dos participantes para o curso. Uma vez que todos expuseram o que
tinham em mente para os dois dias de trabalho, foi colocado o que de fato seria
tratado pelo curso e o que não seria, mostrando assim a programação.
A etapa posterior foi a separação dos trabalhadores presentes em grupos de trabalho para trabalhar em cima da seguinte questão:
- levantar coletivamente os principais desafios enfrentados pelos ambulantes de Belo Horizonte;
- discutir os desafios tanto da perspectiva externa - em relação ao poder público como da interna - organização, representação e mobilização dos trabalhadores;
- falar sobre mobilização (instrumentos/ferramentas).
Essa etapa se estendeu para a tarde, e levantou
diversas discussões. Complementamos os pontos que comporiam a carta de
reivindicações de Belo Horizonte, separando os pontos que eram dos vendedores ambulantes
como um todo, e os pontos específicos dos barraqueiros do Estadio do Mineirão.
Depois disso começamos a refletir conjuntamente as
estratégias de ação, trazendo a importância de reunir as diversas associações
que representam os vários segmentos da venda ambulante na cidade. A
carta à FIFA e a Lei Geral da Copa foi presentado, e conversamos sobre a importância de reivindicar
direitos durante a Copa, usando os canais interlocutores, como as Secretarias da COPA
municipal e estadual e o Comitê Organizador Local.
No final
do dia um integrante do Comitê Popular da Copa mostrou um vídeo denunciando que
fizeram sobre a violência e o descaso com vendedores ambulantes da Feira Hippie. Após a apresentação o comitê se comprometeu a
acompanhar os protestos dos ambulantes e fazer materiais áudio-visuais para
denunciar as violações de direitos que vem ocorrendo.
O segundo
dia iniciou com a contribuição da formadora da Escola Sindical da CUT Maria do
Carmo, trazendo a história do movimento operário no mundo e no Brasil, e o
nascimento dos sindicatos. Passou também pelos princípios da CUT e a
estratégia de mobilização e filiação desenvolvida nacionalmente.
Trabalhando o rascunho da carta de reivindicações |
Os
participantes ficaram bastante instigados, e abriu-se uma discussão interessante sobre a história do movimento sindical e sobre a coerência da CUT
nos dais atuais inclusive o não apoio aos trabalhadores informais. A formadora
explicou que os trabalhadores têm a possibilidade de marcar uma reunião com o
presidente da CUT estadual e negociar apoio político.
À tarde
iniciamos com o rascunho da carta de reivindicações, e fomos conjuntamente
complementando. Conseguimos concluí-la após muita discussão.
Para concluir o curso tiramos os encaminhamentos, que foram na direção de:
- reunião com mais setores da venda ambulante na cidade para propor essa união e a complementação da carta de reivindicações;
- a entrega da carta aos candidatos à prefeitura;
- um protesto no estádio Independência com ajuda do Comitê Popular da Copa;
- a produção de materiais áudio-visuais em parceria com o COPAC.
Colaboração: Formadora da Escola Sindical da CUT – Maria do Carmo
Local: SindiEletro – R Mucuri, 271 - Floresta. Belo Horizonte/Minas Gerais
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