Tuesday, 25 September 2012

Brasil: Belo-Horizonte -Curso de Formação de Lideranças – Campanha Cidades Para Todos e Todas




Curso de formaçao os dias 27 e 28 de agosto em Belo Horizonte
O curso em Belo Horizonte contou com 11 participantes (sendo 4 mulheres) no primeiro dia e 18 no segundo (sendo 7 mulheres). A ABAEM – Associação dos Barraqueiros do Estádio Mineirão, que representa vendedores ambulantes removidos do entorno do principal estádio da cidade (que será usado na Copa), foi a principal responsável por tornar o curso possível, mobilizar e trazer pessoas. O curso teve lugar durante os dias 27 e 28 de agosto.


Além da ABAEM, estiveram presentes o comitê popular da Copa de Belo Horizonte (COPAC), a Associação da Feira Hippie, de representantes de ambulantes da lagoa da Pampulha e alguns chamado “toreros”, que são itinerantes, muitas vezes alvo de maior criminalização e violência.
O início do curso foi voltado para a explicação do trabalho da StreetNet no Brasil e no mundo e a Campanha Cidades pra Todos e Todas. Serviu também para definir a metodologia, baseada na educação democrática de Paulo Freire, e de apresentação do objetivo do curso.
Em seguida os participantes fizeram uma dinâmica grupal de entrevistar e depois apresentar o companheiro ao lado.
O passo seguinte foi um exercício de levantar as expectativas dos participantes para o curso. Uma vez que todos expuseram o que tinham em mente para os dois dias de trabalho, foi colocado o que de fato seria tratado pelo curso e o que não seria, mostrando assim a programação.

A etapa posterior foi a separação dos trabalhadores presentes em grupos de trabalho para trabalhar em cima da seguinte questão:  
  •  levantar coletivamente os principais desafios enfrentados pelos ambulantes de Belo Horizonte;
  • discutir os desafios tanto da perspectiva externa  -  em relação ao poder público como da interna - organização, representação e mobilização dos trabalhadores;
  • falar sobre mobilização (instrumentos/ferramentas).

Essa etapa se estendeu para a tarde, e levantou diversas discussões. Complementamos os pontos que comporiam a carta de reivindicações de Belo Horizonte, separando os pontos que eram dos vendedores ambulantes como um todo, e os pontos específicos dos barraqueiros do Estadio do Mineirão.
Depois disso começamos a refletir conjuntamente as estratégias de ação, trazendo a importância de reunir as diversas associações que representam os vários segmentos da venda ambulante na cidade. A carta à FIFA e a Lei Geral da Copa foi presentado, e conversamos sobre a importância de reivindicar direitos durante a Copa, usando os canais interlocutores, como as Secretarias da COPA municipal e estadual e o Comitê Organizador Local.
No final do dia um integrante do Comitê Popular da Copa mostrou um vídeo denunciando que fizeram sobre a violência e o descaso com vendedores ambulantes da Feira Hippie.  Após a apresentação o comitê se comprometeu a acompanhar os protestos dos ambulantes e fazer materiais áudio-visuais para denunciar as violações de direitos que vem ocorrendo.
O segundo dia iniciou com a contribuição da formadora da Escola Sindical da CUT Maria do Carmo, trazendo a história do movimento operário no mundo e no Brasil, e o nascimento dos sindicatos. Passou também pelos princípios da CUT e a estratégia de mobilização e filiação desenvolvida nacionalmente.

Trabalhando o rascunho da carta de reivindicações
Os participantes ficaram bastante instigados, e abriu-se uma discussão interessante sobre a história do movimento sindical e sobre a coerência da CUT nos dais atuais inclusive o não apoio aos trabalhadores informais. A formadora explicou que os trabalhadores têm a possibilidade de marcar uma reunião com o presidente da CUT estadual e negociar apoio político.
À tarde iniciamos com o rascunho da carta de reivindicações, e fomos conjuntamente complementando. Conseguimos concluí-la após muita discussão.

Para concluir o curso tiramos os encaminhamentos, que foram na direção de:  
  • reunião com mais setores da venda ambulante na cidade para propor essa união e a complementação da carta de reivindicações; 
  • a entrega da carta aos candidatos à prefeitura; 
  • um protesto no estádio Independência com ajuda do Comitê Popular da Copa; 
  • a produção de materiais áudio-visuais em parceria com o COPAC. 
Facilitadora principal: Maíra Vannuchi 
Colaboração: Formadora da Escola Sindical da CUT – Maria do Carmo  
Local: SindiEletro – R Mucuri, 271 - Floresta. Belo Horizonte/Minas Gerais

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